“Poxa, Dio de novo!?”, resmungava um amigo meu. Ele estava insatisfeito porque o baixinho dono de uma voz inigualável marcou presença mais uma vez no Brasil. Ronnie James Dio e toda a história que o circunda é motivo de festa e não de reclamação – foi o que tentei explicar para ele. Quando percebi que aquela seria uma conversa que partiria do nada e chegaria a lugar nenhum, apelei para o atual clichê: reclamar da Seleção Brasileira na Copa. Entretanto, o resmungo do meu amigo inconformado me fez pensar a respeito de como tem gente – muita gente – aqui no Brasil que se porta como um bando de chorão mimado. É sempre a mesma coisa: quando o músico ou grupo raramente aparece para shows aqui (exemplo: Ozzy Osbourne, AC/DC, Rush, Eric Clapton...), logo vem a chuva de reclamações por causa disso. Não faltam frases para expressar o inconformismo. Porém, quando acontece o oposto, ou seja, o músico/grupo regularmente se apresenta em nosso querido país, o mesmo chorão que reclamava a falta de shows bons, exorciza suas raivinhas. “Poxa, Dio de novo!?”... É patético.
No ano passado, quando o Deep Purple esteve em São Paulo, eu cheguei a ouvir a seguinte frase: “esses caras (Deep Purple) deveriam tomar vergonha na cara e se aposentar logo. Já estão na qüinquagésima formação, seus discos já não são mais a mesma coisa e tá na cara que eles só estão fazendo esses shows para ganhar dinheiro”. Incrível! Muito incrível como a doce ingenuidade pode se transformar numa amarga burrice – daquelas de dar azia. Oras... é claro que eles estão fazendo shows por dinheiro! E isso acontece desde quando surgiram, independentemente da formação. Eu diria que 99% dos músicos de todos os estilos estão nessa, meu chapa. Reclamar tornou-se um vício da modernidade. Nesse caso específico, o tal “problema” não tem solução. Ou seja, se o músico/grupo não aparece para fazer show no Brasil, é ruim. Por outro lado, se temos o privilégio de alguns deles colocarem o Brasil em seus itinerários, também é ruim. Então, desça do muro e diga o que é bom?
Henrique Inglez de Souza
No ano passado, quando o Deep Purple esteve em São Paulo, eu cheguei a ouvir a seguinte frase: “esses caras (Deep Purple) deveriam tomar vergonha na cara e se aposentar logo. Já estão na qüinquagésima formação, seus discos já não são mais a mesma coisa e tá na cara que eles só estão fazendo esses shows para ganhar dinheiro”. Incrível! Muito incrível como a doce ingenuidade pode se transformar numa amarga burrice – daquelas de dar azia. Oras... é claro que eles estão fazendo shows por dinheiro! E isso acontece desde quando surgiram, independentemente da formação. Eu diria que 99% dos músicos de todos os estilos estão nessa, meu chapa. Reclamar tornou-se um vício da modernidade. Nesse caso específico, o tal “problema” não tem solução. Ou seja, se o músico/grupo não aparece para fazer show no Brasil, é ruim. Por outro lado, se temos o privilégio de alguns deles colocarem o Brasil em seus itinerários, também é ruim. Então, desça do muro e diga o que é bom?
Henrique Inglez de Souza
