sábado, dezembro 16, 2006

OS DOIS LADOS DE UMA MATÉRIA


Na sexta-feira, olha só quem eu encontro na EM&T: Joe Moghrabi, a fera. Ele está na capa da Guitar Player deste mês de dezembro, ilustrando a matéria sobre gravação caseira. Dessa mesma matéria também participou Márcio Okayama, entrevistado pelo Rodolfo Rocha. Ficou muito boa, informativa e didática. Corra e garanta a sua!

quinta-feira, dezembro 14, 2006

ENQUANTO ISSO, NO GUITAR PLAYER/IG&T FESTIVAL...


A quarta edição do Guitar Player/IG&T Festival tem reservado encontros positivos entre público e músico. No dia 13 de dezembro, pouco antes de a primeira atração subir ao palco, eu estava na cantina da EM&T conversando com esse cara, que acabou se tornando a boa surpresa daquela noite. Eli Menezes é um guitarrista brasileiro que conseguiu sucesso no exterior, mais especificamente nos EUA. Embora venha trabalhando com importantes nomes da música, como Richard Bona, o Brasil pouco conhece desse instrumentista fantástico. Seu show foi o penúltimo do dia 13 e deixou a platéia empolgada com as incansáveis séries de improviso. Quem me apresentou foi o Sérgio Motta, coordenador da Roland/Boss no Brasil – por sinal, o autor desta fotografia. Aqui estou com Eli Menezes e a sua mulher, a cantora de linda voz Liz.

segunda-feira, dezembro 11, 2006

O SEGREDO DE UM BOM CONDUTOR

Neste fim de semana que passou, ouvi novamente o CD Conduzir, do Duca Belintani. Sua veia para suingue com pinta tupiniquim jorra fraseados envolventes e bem diversificados. Pequenas paisagens sonoras. Embora seja bastante associado ao blues, principalmente por conta de seus livros didáticos, o guitarrista garante ser desprendido de um estilo específico. “Me agrada poder ligar o rock, o pop, a musica caribenha ou o rap”, revelou. “Vejo a minha pegada bem brasileira, em que xote, baião e afoxé estão presentes, além de blues, rock e jazz”.
Conduzir traduz de maneira amadurecida esse processo e garante boas passagens de guitarras. A equação improviso-temas preconcebidos resulta na linha principal do estilo de Duca Belintani. E é com precisão que seus fraseados são harmoniosamente costurados numa delicada colcha sonora de onze faixas. Enquanto ouvia a segunda delas, Fumaça, notei uma sutil evidência do clássico Asa Branca, do mestre Luiz Gonzaga. E aí, Duca... é isso mesmo? “Saiu sem querer, totalmente espontânea”, garante. “Numa outra música, que ficou fora do CD, o técnico de som achou o Hino Nacional e eu não tinha percebido”.
Isso deve ter acontecido porque, durante um improviso, nosso repertório de informações está fervilhando na ponta dos dedos e da palheta. O segredo está no uso das nossas influências sem comprometer a canção nem tornar o solo piegas. Exato, Duca Belintani conseguiu “conduzir” bem sua pegada (com o perdão do meu trocadilho) e o resultado ficou agradável.

quarta-feira, dezembro 06, 2006

STEVE MORSE: UM SHOW À PARTE NO DEEP PURPLE

Foto: Divulgação Tom Brasil
Nem mesmo as quase quatro décadas de estrada impedem o Deep Purple de fazer uma apresentação impecável. A atual turnê, que divulga o disco Rapture Of The Deep, passou pela segunda vez no Brasil. Dia 29 de novembro, o quinteto inglês esteve no palco do Tom Brasil (São Paulo) para carimbar as novas e as consagradas canções. Festa do início ao fim. Embora a diversão estivesse garantida, o público foi presenteado com uma grande surpresa de Steve Morse. Na tradicional performance solo, o guitarrista preparou um bem-bolado de clássicos do rock alternados por majestosos e inspirados solos. Steve contou com a participação do baterista Ian Paice e do baixista Roger Glover. Assim, o momento que era “seu” se transformou numa memorável jam session. O público mal pôde acreditar quando clássicos de ACDC, Guns N’Roses, Beatles, Jimi Hendrix, The Doors foram executados entre um solo e outro. O trio fez apenas referência aos riffs e melodias mais famosos, mas arrancou urros da platéia como se fossem os próprios referidos no palco. Um show à parte.
Henrique Inglez de Souza

sábado, dezembro 02, 2006

TARDE MUTANTE


“O Arnaldo é o amor da minha vida”, desabafou Sérgio Dias na coletiva que os Mutantes deram nesta semana. Para os menos atentos, há pouco mais de três décadas o grupo sofria sua segunda e decisiva perda, depois da expulsão de Rita Lee. Arnaldo Baptista preferiu seguir em carreira-solo porque seu irmão passou a usar guitarras Fender. Acreditem nessa! Por essa razão, era no mínimo curioso encontra-los juntos outra vez. Logo veio a explicação: “minhas Stratocaster estão encostadas em casa”. Pois é, Sérgio Dias resgatou sua velha e clássica Régulus para acrescentar mais autenticidade ao som dos Mutantes reformados. “Foi muito bom tocar com ela novamente”, atestou. Na coletiva estavam todos: Sérgio Dias, Arnaldo Baptista, Dinho e a “novata” Zélia Duncan. O prato principal era apresentar o lançamento “Ao Vivo” (em CD e DVD) e tudo que envolveu o retorno do grupo. Em pouco mais de uma hora, aquela tarde nublada e abafada se transformou numa oportuna conversa amistosa e descontraída. No final, não deixei de cumprimentar Sérgio Dias, o primeiro brasileiro a colocar guitarra na MPB. Emoção reforçada pela simpatia do guitarrista e seu sorriso honesto. Valeu!
Henrique Inglez de Souza